
“Sanear as finanças municipais e apoiar o emprego vão ser prioridades”
“Um desastre” é como Berta Nunes classifica a gestão do PSD à frente da Câmara de Alfândega da Fé, que se encontra “numa situação de ruptura financeira”. Por isso, a candidata do PS elege, em entrevista ao “Acção Socialista”, como prioridades, caso vença as próximas autárquicas, o saneamento financeiro para relançar o investimento, bem como o apoio à criação de emprego e à agricultura, “que é ainda uma das principais actividades do concelho”. Berta Nunes salienta igualmente os investimentos “muito importantes” realizados pelo Governo de José Sócrates no distrito, uma vez que “finalmente se cumpriu o que muitos prometeram”.
Como encara o difícil desafio de conquistar a Câmara de Alfândega da Fé ao PSD?
Com confiança e com ânimo, porque sei que o desafio vale a pena. O mais difícil virá depois de ser eleita, dada a situação actual da autarquia.
Quais as vão ser as principais prioridades do programa socialista para o município?
Sanear as finanças municipais para relançar o investimento numa câmara que recebe cinco milhões e meio do Orçamento de Estado e tem 10 milhões e meio de dívida a curto prazo e seis milhões a médio e longo prazo. De referir que esta câmara como todas as pequenas câmaras do interior tem muito poucas receitas próprias.
Apoiar a agricultura, que é ainda uma das principais actividades do concelho com especial atenção ao regadio e à valorização dos produtos locais. Investir no turismo em parceria com privados sendo esta uma das áreas importantes para a criação de emprego e riqueza. Apoiar o emprego e o empreendedorismo. Apoiar os idosos principalmente os que estão sozinhos ou com pouco apoio social e familiar e os que têm carências económicas. Apoiar as famílias carenciadas em especial famílias com filhos pequenos e dificuldades económicas. Desenvolver uma política para a juventude em parceria com o Conselho Municipal da Juventude. Aproveitar as potencialidades das energias renováveis eólica, hídrica, solar e biomassa. Continuar a melhorar as acessibilidades, com prioridade à estrada para Gebelim e Picões) e a construir os equipamentos colectivos que ainda fazem falta, como piscinas, pavilhão municipal e parque de campismo.
Que medidas tem pensadas para travar a desertificação e fixar a população jovem?
As medidas que as autarquias podem tomar nesta área passam pelo apoio à criação de emprego, à educação e à habitação jovem. No entanto, para travar a desertificação do interior não são suficientes medidas autárquicas, mas é necessária uma política nacional que tenha esse objectivo. Esperamos como presidente de câmara poder contribuir para a definição dessa política nacional, ao mesmo tempo que a nível local em parceria com o Conselho Municipal da Juventude vamos construir uma política local para a juventude que inclua a criação de emprego e a fixação dos jovens.
Como pensa promover as potencialidades que o concelho possui, nomeadamente visando a manutenção e criação de emprego?
Como já referi, apoiando as actividades económicas geradoras de empregos sustentáveis como a agricultura, as agro-indústrias e o turismo, bem como algumas áreas de serviços, incluindo o pequeno comércio.
Aproveitar as oportunidades que os grandes investimentos do Governo do PS podem trazer para o concelho (refiro-me à construção do IC5 IP2 e Barragem do Sabor).
Na sua opinião, quais os principais problemas e constrangimentos com que se debate o concelho?
A falta de oportunidades e falta de emprego que obriga muitos jovens e casais jovens a imigrar para o estrangeiro e para as grandes cidades do litoral, continuando o ciclo de desertificação e envelhecimento que é comum a todo o interior do país.
Para travar e reverter este ciclo, é necessário uma política nacional e mais recursos aplicados no interior.
Num concelho envelhecido e com muitos problemas sociais daí decorrentes, que políticas são necessárias, no âmbito das competências da câmara, para melhorar a qualidade de vida destes cidadãos mais vulneráveis?
Medidas de apoio aos idosos sozinhos e mais vulneráveis, medidas de melhoria das condições de habitação.
Melhorar a rede de transportes e tornar os transportes mais acessíveis para os idosos mais carenciados. Ajudar os idosos em todas as questões relacionadas com a saúde e a doença uma das áreas criticas nas pessoas idosas, com mais doenças e dificuldades de acesso a cuidados de saúde acessíveis e de qualidade
De que forma a sua vasta experiência autárquica como vereadora é uma mais-valia da sua candidatura?
É uma mais-valia porque me permitiu conhecer bem a autarquia os desafios e as oportunidades estando por isso mais preparada para governar o município.
O que podem esperar os munícipes de Berta Nunes à frente dos destinos da câmara?
Trabalho, persistência, escuta activa, promoção da participação de todos sem discriminar ninguém, criatividade e vontade de vencer os obstáculos e aproveitar as oportunidades.
Como avalia a gestão do Executivo do PSD à frente da autarquia?
Um desastre para o concelho! A falta de visão e a incapacidade na gestão levou esta autarquia à situação de ruptura financeira em que se encontra.
Qual o seu comentário relativamente aos investimentos realizados pelo Governo de José Sócrates no distrito?
Necessários, urgentes e muito importantes para o futuro do concelho e do distrito. Finalmente se cumpriu o que muitos prometeram. Como disse José Sócrates: uma questão de justiça!
0 comentários:
Enviar um comentário